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Bom dia, Visitantes
"MINHA LÃ, MEU AMOR"
Este é, sem qualquer dúvida, um dos mais marcantes "slogans" publicitários dos últimos anos.
Por outro lado - e isso é ainda hoje uma prática comum -, na altura deu-se relevo à agência publicitária que divulgou a campanha. Mas o autor, esse, ficou "escondido"...
Pois bem, o autor daquela frase deixou-nos muito mais coisas escritas...
Nasceu em 1936 e faleceu em 1984.
Numa pose arrebatada e "punho fechado contra o medo", eis aqui a sua imagem. Conhecem-no?
DR
OK, hoje é o dia de puxar um pouco a brasa à minha sardinha.
Como é do conhecimento geral, eu trabalho na Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), exercendo funções no Departamento de Fiscalização.
Ora, a SPA promove, na "Sala Carlos Paredes" a exposição “Ary dos Santos - A força da poesia”, a propósito do 25º aniversário da sua morte.
Com a devida vénia, transcrevo a seguir a notícia sobre esta exposição, deixando o convite para que dêem um pulinho à sede da SPA e vejam alguns retratos do que foi a vida de um dos maiores poetas portugueses do Século XX (se vierem, digam-me alguma coisa. Terei todo o prazer em vos receber. Apenas vos peço um favor: não tragam tomates nem ovos podres para me atirarem, ok?).
| Mostrar o poeta, o homem, o publicitário e o político é o objecto da exposição "Ary dos Santos - A força da poesia", a inaugurar dia 23 na galeria da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), em Lisboa. A mostra está patente ao público até 18 de Maio, mas será reposta nos meses de Julho e Agosto.
"Mais do que mostrar o autor de canções inesquecíveis às quais o seu nome ficará para sempre ligado - e sem menosprezar este lado muito importante da poesia de Ary -, a exposição tem uma forte componente biográfica e uma dimensão mais abrangente, já que se pretende dar a conhecer o poeta, a forma como esteve na vida, na publicidade, na política, no seio da família e dos amigos", disse à o administrador-delegado da SPA, José Jorge Letria. |
Termino, citando aqui um dos seus mais belos poemas, musicado por Alain Oulman e cantado por Amália Rodrigues:
Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura
meu punhal a escrever
nós parámos o tempo
não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.
Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura
este céu não tem ar
nós parámos o vento
não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.
Tenham uma óptima quinta feira.
Visitante