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Domingo, 20 de Março de 2011

Memórias de um Músico de Baile - Uma história em Catraia dos Assequins (Concelho de Águeda)

 

HM

 

 

 

Noite de verão, arraial ao ar livre.

 

Esse bailarico iria ser animado por dois conjuntos: aquele onde eu tocava e o outro onde eu iria tocar dois anos mais tarde.

 

Como nós chegámos primeiro, fomos dispondo o material na nossa metade do palco, e o "PA" (o conjunto de colunas de som destinadas ao público)montado em cada extremidade.

 

Estávamos nós ainda com a nossa "tralha" toda espalhada, em processo de montagem, quando chegou o pessoal do outro conjunto, malta porreira e com quem ainda hoje mantenho boas relações.

 

E eis que o respectivo teclista, um tipo ainda mais... aaaa... "corpulento" do que o "tal músico de 1m80 de altura e mais de 100 kg de peso" (adivinhem quem  ...), irrompe palco adentro numa corrida aparentemente desenfreada, o que provocou desde logo os nossos protestos bem humorados ("olha lá essa m*******rda!", "cuidado com as patas!", "olha que nos f*****des o material, p***rra!!!"), seguido de uma boa dose de gargalhadas e de uns calorosos cumprimentos.

 

Depois uns minutos de conversas, lá voltámos às nossas tarefas, nós de um lado e eles do outro, entre algumas "bocas" bem-humoradas.

 

Depois de se combinar quem começava e quem acabava o baile, bem como a duração de cada série (uma hora), e ainda alguns "arranjos" entre os vocalistas (pois são normalmente eles quem estão com atenção à receptividade das músicas por parte do público e, como tal, determinam o que a banda irá tocar a seguir), para se evitar repetições de canções, fomos jantar.

 

Começámos nós. E o arraial prosseguiu sem qualquer novidade.

  

Passada uma hora, interrompemos a actuação, para dar lugar aos nossos colegas.

 

E aproveitámos para percorrer as "barraquinhas" do arraial, apreciando os diversos produtos ali à venda.

 

O outro conjunto, a dado momento, começou a tocar a canção "LUA (FEITICEIRA NUA)", de Jorge Fernando.

  

... De repente, demo-nos conta de algo anormal...

 

Não era o vocalista do outro conjunto quem estava a cantá-la, mas sim outro tipo.

 

Mais: em lugar da letra normal ("Lua / Feiticeira Nua / A noite é toda tua / Lua"), ouvia-se algo parecido com

 

LUUUULA!

AH LULA KATALUUUULA!

AH LULA KATALUUUULA!

LULA!

 

Primeiro surpresos , depois a rirmos perdidamente, apercebemo-nos que o vocalista do outro conjunto tinha dado o lugar e o microfone a um deficiente mental que, com voz gutural, entoava aquela espécie de "versão".

 

Não perdemos tempo e fomos para cima do palco "ajudar" o moço! Pois então!!

 

E eis que numa inusitada acção de solidariedade para com o "rapaz", os músicos dos dois conjuntos, num tão poderoso quão afinado coro, cantavam o refrão

   

 

LUUUULA!

AH LULA KATALUUUULA!

AH LULA KATALUUUULA!

LULA! 

 

 

E assim se concluiu mais uma noite de verão, por acaso noite de LULA KATALUUUULA... ooopsss... aaa... arham... quer dizer... de Lua Cheia.

 


 

Visitante
 

Música: "Lua (Feiticeira Nua)"
Sinto-me:
Publicado por Visitante às 12:52
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Sexta-feira, 18 de Março de 2011

Memórias de um Músico de Baile - Outra história em Foros de Salvaterra (Concelho de Salvaterra de Magos)

 

José Graça

 

 

 

Noite de verão, arraial ao ar livre.

 

A banda chegou ao recinto... e os músicos esfregaram as mãos de contentes...

 

Essa noite iria ser de "dia santo na loja", pois estava programada a actuação de um artista, nome bem conhecido na nossa praça.

 

A banda foi actuando, com as habituais canções próprias de um arraial popular. E o pessoal estava a gostar.

 

Chegou o momento de actuar o famoso artista.

 

A Comissão de Festas pediu-nos o favor de anunciar o nome do artista. Nós tivemos o cuidado de referir que iria actuar o artista, bem como os seus músicos e técnicos.

 

E eis que o artista inicia a actuação com os seus êxitos...

 

Entre cada canção (vocês não vão acreditar no que vão ler, mas é verdade!), o homem comunicava com o público com "preciosidades" como estas:  "OH! JEVENTUDEEE!!!", "ONTE ESTIVE EM 'TAL PARTE' ".

 

(Isso mesmo, a pronúncia era essa!!!)

 

A cada "calinada" que o homem debitava cá para fora, o "tal-músico-de-1m80-de-altura-e-mais-de-100-kg-de-peso" (adivinhem quem  ...) deitava as mãos à cabeça e levantava os olhos ao alto, pedindo ajuda divina...

 

Mas Deus, possivelmente, estava com os ouvidos tapados com algodão para não escutar tamanhos disparates...

 

A certa altura, o artista lembrou-se de pedir aplausos para toda a gente que integrava o arraial: Comissão de Festas, Junta de Freguesia, feirantes, público em geral...

 

...enfim... só faltou o Primeiro-Ministro, o Presidente da República... e o GRUPO DE BAILE!!! 

 

Pois é!... O ilustre artista da nossa praça esqueceu-se (será que se esqueceu?) de mencionar aqueles tipos que, por um mero acaso, tocavam uns instrumentos e o faziam no outro palco...

 

Isso caiu-nos muito mal. Afinal, ele "esqueceu" oficiais do mesmo ofício... Isso apenas demonstrou a "qualidade" da pessoa, para além do artista...

 

A nossa "vingança" serviu-se fria: Quando o artista acabou a sua actuação, dissemos ao público: "Depois do artista (olvidando o nome dele), dos seus músicos e técnicos, o Grupo Musical "..." retoma a sua actuação. Esperamos que se divirtam connosco e com a nossa boa música".

 

Eu sei que pareceu um pouco arrogante este anúncio, mas foi mais forte do que nós.

 

Cumprindo o que declarei há uns meses atrás,  o nome do artista não é divulgado. Mas desta vez deixo uma pista...

 


Visitante

 

Sinto-me:
Música: "Azar na Praia"
Publicado por Visitante às 21:25
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Domingo, 16 de Janeiro de 2011

Memórias de um Músico de Baile - Uma História entre Setúbal e Vila Nova de Milfontes

 

DR

 

 

 

Hora de almoço de um dia de verão, zona de Setúbal.

 

Os músicos e o seu motorista pararam num restaurante à beira da estrada, para almoçar.

 

Mandámos vir umas sardinhas e uns carapaus assados, e toda a gente se saciou a preceito.

 

Mas, para além de se ter saciado a preceito, um dos elementos do conjunto - não!, desta vez não foi "tal-músico-de-1m80-de-altura-e-mais-de-100-kg-de-peso" (adivinhem quem  ...) - "descuidou-se" com a bebida...

 

E os restantes tiveram de o aturar durante o resto do percurso... Valeu o facto de esse músico ter uma veia humorística pronunciada quando bebia demais.

 

A dada altura do percurso, esse elemento do conjunto, que viajava no banco da frente da carrinha, lembrou-se de repente de se levantar do banco, virar-se de costas para o pára-brisas, baixar os calções e exibir a quem circulava em sentido contrário...  um rosado e luzidio traseiro!!! ...

 

Os olhos esbugalhados de surpresa dos outros condutores ao repararem naquele anatómico espectáculo valeram ouro...  

 

Após algumas horas de viagem (naquele tempo não havia auto-estradas - só segmentos... - e as carrinhas desse tempo nada têm a ver com as da actualidade, cujas prestações pedem meças a muitos automóveis ligeiros...), chegámos a Vila Nova de Milfontes.

 

Já com o "grão-na-asa" do nosso colega devidamente "dissolvido" e "digerido", lá procedemos à montagem e ligação do material.

 

E a partir das 22:00, demos início à actuação.

 

 

E logo então começou uma curiosa "batalha" entre o conjunto e a instalação eléctrica do recinto, para se apurar qual das duas partes conseguia estar activa - o conjunto - ou inactiva - a instalação eléctrica - por mais tempo.

 

Eu julgo que terá havido o que se pode chamar "empate técnico"...

 

Mas a coisa não se ficou por aí...

 

Durante um dos "apagões", um indivíduo saltou para o palco e dirigiu-se à bateria.

 

Antes de continuar, um pequeno à-parte: Nessa altura estava em voga a canção "AMOR", dos Heróis do Mar. Quem a conhece, decerto se lembra da introdução: quatro sequências de quatro toques de tarola (o tambor mais sonoro, onde normalmente são batidos os tempos fortes) e outras tantas exclamações "tchá! tchá!... tchá! tchá!.." feitas em simultâneo e em "backing vocals" pelos Heróis do Mar.

 

Pois bem, esse indivíduo saltou para o palco, dirigiu-se à bateria e, sem pedir licença a quem quer que fosse, agarrou numa "baquete" e começou a bater essas sequências na tarola.

 

... O que motivou desde logo uma intervenção furiosa do nosso baterista, que prontamente o expulsou dali.

 
Mais outro à-parte: Qualquer músico que se preze é extremamente meticuloso com os seus instrumentos...

 

Pois o tal indivíduo acatou a ordem de expulsão do palco e, enquanto descia dali, resmungava para si próprio: "tá!tá!, tá!tá!... não há!"

 

Era óbvio que aquele tipo devia estar fora do seu estado normal...

 

...pois, no "apagão" seguinte, lá estava ele de novo em cima do palco... com as calças em baixo e a exibir os órgãos genitais ao público quando as luzes se reacenderam...

 

Depois de devidamente "convidado" a sair do palco (por pouco que não teve o mesmo percurso dos "tufos de penas cacarejantes" relatados na história de Calvos hehehehe...), o indivíduo acabou por ser conduzido para longe dali.

 

Quando se deu mais um apagão que demorou mais de meia hora, e eram já duas da madrugada, o arraial terminou ali mesmo.

 

Para a memória do conjunto ficou o "tá!tá!, tá!tá!... não há!"...

 

 

Visitante

Música: "Amor" (Heróis do Mar)
Sinto-me:
Publicado por Visitante às 20:50
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Quarta-feira, 29 de Dezembro de 2010

Memórias de um Músico de Baile - Uma História em Terena (Concelho de Alandroal)

Fernando Travassos

 

 

 

Madrugada de verão, arraial ao ar livre.

 

A banda tinha acabado a sua actuação e os músicos começaram a arrumar o material.

 

(Antes de continuar, quero aqui desmistificar um pouco aquela fama de "lentinhos" dos alentejanos.

 

Que sejam calmos, isso é verdade, pois é a sua própria natureza. Afinal, não precisam de ser "stressados"...

 
Mas daí a serem preguiçosos, vai toda a distância do mundo... E, acreditem, sempre que eu ia tocar a terras alentejanas, o público dançava todas as músicas sem descanso - ao ponto de, altas horas da madrugada, as senhoras descalçarem os seus sapatos para poderem dançar mais à vontade!!!!)

 

Enquanto arrumávamos o nosso material, reparámos num indivíduo sentado junto à porta da capela (o palco estava montado numa disposição perpendicular), encostado à parede, pernas estendidas no chão e a dormir a sono solto.

 

Até aí tudo bem, tipos a dormir nessas condições após uma noitada são o "pão nosso de cada dia", pois as (muitas) cervejinhas a mais não perdoam...

 

De repente, reparámos no suspeito riacho que fluía das pernas do moço... e nas calças encharcadas "naquele sítio"... Pois... as muitas cervejinhas a mais NÃO PERDOARAM MESMO...

 

Não pudemos deixar de rir a bandeiras despregadas com o insólito da situação, enquanto dois ou três elementos da comissão de festas levaram o moço dali sem que ele acordasse.

 

Como é da praxe, aquele quadro foi objecto de ditos e dichotes entre os músicos durante alguma semanas.

 

Passados quatro anos, voltei àquela simpática terra, integrado noutra banda.

 

Alguns dos populares locais vieram ter comigo, dando mostras de me reconhecer. Após algumas palavras de circunstância, não deixei de relembrar aquele episódio.

 

Resposta pronta, naquele característico sotaque alentejano (que nós adoramos gozar mas sem o qual não passamos): "Oh home, cale-se láááá!!! O gajo apanhou tamanha vergonhaaa naqueles cornooos que nunca mais tocou num copo que fossiii!!!" 

 

Moral da história: quer deixar de beber? É uma questão de ingerir umas cervejas a mais, depois adormeça num sítio qualquer, de preferência na via pública... e espere o resultado para apanhar uma vergonha... hehehehehe

 

 

Visitante


Música: "Drink Before the War" (Sinead O'Connor)
Sinto-me:
Publicado por Visitante às 21:00
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Quinta-feira, 11 de Novembro de 2010

Memórias de um Músico de Baile - Uma História (em várias versões) em Chãs (concelho de Vila Nova de Foz Coa)

 

DR

 

 

Meados de Agosto, arraial ao ar livre.


A banda actuou naquelas Festas em três anos consecutivos, mas só tenho histórias insólitas no dois primeiros.

 

Assim:

 


 

No primeiro ano, as condições de estadia dos músicos roçavam a indigência. Tínhamos de dormir em casas particulares que nem água canalizada tinham. Como tal, só nos restava irmos tomar banho ao Rio Coa (na altura, ainda não tinham sido descobertas as pinturas rupestres), para ficarmos lavadinhos...


O Rio Coa, nessa altura do ano, estava com um caudal fraquíssimo, pelo que podíamos tomar banho nos pequenos fundões.


Pois bem, num dos dias em que a banda estava a banhos no Rio, o "tal-músico-de-1m80-de-altura-e-mais-de-100-kg-de-peso"(adivinhem quem ...), lembrou-se de ensaiar um mergulho... SPLASHHH!!!... e quando retornou à superfície,  tinha um golpe algo profundo na zona da barriga, devido a ter roçado num pequeno escolho com uma aresta bem afiada.


Feito o curativo, regressámos ao recinto das festas... e não houve mais novidades nem percalços... a não ser a queima em simultâneo de quatro altifalantes em duas colunas que, nessa altura, eu usava como monitores de palco.... "coisa de somenos importância"...

 


 

No segundo ano, as condições já foram diferentes. Pudemos dormir numa residencial em Vila Nova de Foz Coa, o que melhorou substancialmente o nosso espírito.


... Ao ponto de um "tal-músico-de-1m80-de-altura-e-mais-de-100-kg-de-peso" (adivinhem quem ...) ter cometido uma pequena "maldade":

 

Numa das manhãs e após ter dormido um sono reparador, dirigiu-se ao café - hoje, uma dependência bancária - contíguo à Residencial e perguntou ao dono: -"Que sandes tem o Sr.?". A resposta veio lesta: -"Fiambre, queijo, chouriço,presunto, blá blá, blá blá, blá blá...". E o "tal-músico-de-1m80-de-altura-e-mais-de-100-kg-de-peso" (adivinhem quem ...), com o ar mais inocente deste mundo, pediu: -"Então arranje-me, por favor, um galão e dois pães com manteiga"...


Pois... pela cara que o esforçado dono do café fez, eu cá penso que deve ter passado pela sua ideia fazer-me a entrega do galão "via aérea" com copo em versão "míssil teleguiado"...


Mas voltemos à festa...

 

Nesse ano, cada dia de festa teve a actuação de um artista. No primeiro, um conhecido cantor alentejano, que se fez acompanhar da sua guitarra. No segundo, uma conhecida cantora, hoje tentando ser fadista. E no terceiro, um outro conhecido cantor, também alentejano, que deixou uma indelével marca de tacão de bota num dos estrados do palco...


(Sobre este último cantor, que ainda hoje está na crista da onda, eu devo dizer que não sou grande apreciador do seu estilo... porém, a sua atitude de entrega total em palco granjeou-lhe o meu respeito desde então.)


Mas foi no segundo dia que sucedeu a grande peripécia desse ano.


A conhecida cantora estava a ser acompanhada por uma banda de quatro músicos. Eis senão quando... ouviu-se um típico (e, para nós,  músicos, temível) som de "arranhar" nos altifalantes do guitarrista... e a guitarra ficou "sem pio".


(Devo dizer que esse som, por muito "típico" que seja, é também das coisas mais desagradáveis que pode acontecer a um músico: é o som de um cabo a fazer curto-circuito...)


Apercebendo-se da situação, o nosso guitarrista (que era amigo do outro guitarrista), disponibilizou-lhe um novo cabo, que foi prontamente ligado à guitarra e ao amplificador... e nada...


Entretanto, a artista ia cantando e os restantes músicos acompanhando.


Como último recurso, lá substituímos o amplificador do guitarrista da cantora pelo do nosso guitarrista... e a actuação continuou sem mais problemas...


A nossa acção de ajuda a um colega mereceu o reconhecimento público da cantora, que pediu para o nosso conjunto uma salva de palmas.


Foi um gesto que caiu muito bem.


Mesmo assim, tal não impediu que a cantora, ao sair do palco a meio da sua actuação para mudar de vestido, se dirigisse aos bastidores a vociferar a sua frustração alto e bom som (e em linguagem que faria corar um carroceiro...).

 

 


Visitante

Música: "This is my song" (Petula Clark)
Sinto-me:
Publicado por Visitante às 21:38
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