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Olá, Visitantes
Conforme devem estar lembrados, no post anterior contei-vos como foi uma tarde no meio da criançada.
Ao fim da tarde, dei uma pequena volta por uma parte do Parque dos Poetas... e, é claro, pus o "tijolo" a jeito.
Saiu-me isto que vocês vão ver a seguir:
"Um pouco mais de sol - eu era brasa.
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém..."
(Mário de Sá-Carneyro)
Neblina de vapor
Ocultando o amor
Entre o chão e o céu
"Distante, no poente, esfuma-se uma nódoa
Em verdes tons fluídos que palpitam
Numa névoa indecisa, vaga imagem
Da tristeza do mar pintada em nossos olhos."
(Teixeira de Pascoaes)
Pedras eruditas
por tal vizinhança
"Hora sagrada dum entardecer
De Outono, à beira-mar, cor de safira
Soa no ar uma invisível lira...
O sol é um doente a enlanguescer..."
(Florbela Espanca)
Roda sólida
Altar das musas
Espiral
Bom dia, Visitantes
"MINHA LÃ, MEU AMOR"
Este é, sem qualquer dúvida, um dos mais marcantes "slogans" publicitários dos últimos anos.
Por outro lado - e isso é ainda hoje uma prática comum -, na altura deu-se relevo à agência publicitária que divulgou a campanha. Mas o autor, esse, ficou "escondido"...
Pois bem, o autor daquela frase deixou-nos muito mais coisas escritas...
Nasceu em 1936 e faleceu em 1984.
Numa pose arrebatada e "punho fechado contra o medo", eis aqui a sua imagem. Conhecem-no?
DR
OK, hoje é o dia de puxar um pouco a brasa à minha sardinha.
Como é do conhecimento geral, eu trabalho na Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), exercendo funções no Departamento de Fiscalização.
Ora, a SPA promove, na "Sala Carlos Paredes" a exposição “Ary dos Santos - A força da poesia”, a propósito do 25º aniversário da sua morte.
Com a devida vénia, transcrevo a seguir a notícia sobre esta exposição, deixando o convite para que dêem um pulinho à sede da SPA e vejam alguns retratos do que foi a vida de um dos maiores poetas portugueses do Século XX (se vierem, digam-me alguma coisa. Terei todo o prazer em vos receber. Apenas vos peço um favor: não tragam tomates nem ovos podres para me atirarem, ok?).
| Mostrar o poeta, o homem, o publicitário e o político é o objecto da exposição "Ary dos Santos - A força da poesia", a inaugurar dia 23 na galeria da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), em Lisboa. A mostra está patente ao público até 18 de Maio, mas será reposta nos meses de Julho e Agosto.
"Mais do que mostrar o autor de canções inesquecíveis às quais o seu nome ficará para sempre ligado - e sem menosprezar este lado muito importante da poesia de Ary -, a exposição tem uma forte componente biográfica e uma dimensão mais abrangente, já que se pretende dar a conhecer o poeta, a forma como esteve na vida, na publicidade, na política, no seio da família e dos amigos", disse à o administrador-delegado da SPA, José Jorge Letria. |
Termino, citando aqui um dos seus mais belos poemas, musicado por Alain Oulman e cantado por Amália Rodrigues:
Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura
meu punhal a escrever
nós parámos o tempo
não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.
Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura
este céu não tem ar
nós parámos o vento
não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.
Tenham uma óptima quinta feira.
Visitante
DR
DR
Boa tarde, Visitantes
Continuo sem muito tempo para escrevinhar aqui... Esperemos que a "crise" passe depressa...
Entretanto, não quero deixar de lamentar que o Vasconcelos tenha apagado o conteúdo do seu blog "Mariola".
Tenho muita pena, mesmo!
Embora respeite a opção sem precisar de saber as razões (obviamente, as mesmas são do foro íntimo do Vasconcelos...), é sempre muito aborrecido deixarmos de ver algo que nos habituámos a apreciar pela sua qualidade.
Os meus votos são de que aquela negra página em branco (mais uma prova de que os extremos se tocam...) volte a ser preenchida com a sua poesia.
Visitante
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.
Miguel Torga
(in "Suplica")
Olá Visitantes.
Esta é a minha forma singela de homenagear o Médico Adolfo Rocha... e o Poeta Miguel Torga.
Visitante