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HM
Noite de primavera, arraial ao ar livre.
Mais propriamente, véspera de 25 de Abril de um ano qualquer...
A banda iria actuar nas comemorações do "25 de Abril", efectuando uma primeira parte de baile, depois o discurso da praxe, após o que se tocaria a "Grândola Vila Morena" de Zeca Afonso, seguindo-se uma sessão de fados com artistas locais, e finalmente a segunda parte de baile.
A primeira parte "correu sobre notas", até cerca das 23:30.
Foi a vez do discurso, liberdade, democracia, ditadura, conquistas dos trabalhadores, etc. etc. etc.
Previamente, um "técnico-daqueles-que-sabem-tudo", com um ar importante, tinha vindo dizer ao pessoal do conjunto que, à meia noite, ele transmitiria através da aparelhagem própria da organização do evento (colocada paralelamente à nossa) o sinal horário da Antena 1 (o "velho" sinal horário de quatro toques longos e um curto que era uma autêntica instituição da Rádio nacional e que, infelizmente, foi substituído por uns quaisquer banais "blips"...), e imediatamente faria soar a gravação da "Grândola Vila Morena" através de um leitor de cassetes.
Ok, dissemos nós... e não nos preocupámos mais com o assunto.
Após o discurso - que estava bem programado, diga-se de passagem, pois terminou poucos momentos antes da meia noite... -, ficámos na expectativa do sinal horário.
Soou o sinal horário.
Momento solene...
...
... e um silêncio sepulcral... nada de "Grândola Vila Morena"...
Após uns angustiosos quatro a cinco minutos, lá soou a voz de Zeca Afonso... enquanto os músicos da banda, face ao ar furibundo do agora silencioso orador, trocavam sorrisinhos irónicos entre si...
Ouviu-se depois a explicação do "técnico-daqueles-que-sabem-tudo" (agora com um ar não tão importante assim...), dizendo que tinha gravado a cassete com a música de Zeca Afonso, sim... mas esquecera-se de pôr a fita no local exacto...
Bom, passada que foi esta peripécia, deu-se início à sessão de fados.
Os dois guitarristas contratados para o efeito ocuparam os seus lugares, ligaram-se microfones e cabos...
... e desfilaram os fadistas amadores de Vila Franca de Xira, cada um com o seu fado, a sua forma castiça de cantar e o seu atropelo aos compassos das músicas
, isto tudo complementado com as expressões de paciência angustiada dos guitarristas enquanto as suas próprias mãos tentavam desesperadamente acompanhar as "fugas em fado menor" de tão garbosos intérpretes
...
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