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Terça-feira, 25 de Novembro de 2008

MAR (Poema de Carla Martins)

HM

Praia do Guincho (Cascais), 16 NOV 2008

 
 

Fui ao espaço que a "anónima" Carla tem no MSN e, com a sua autorização, "roubei-lhe" este bonito poema.

 

MAR
 
Desenhando sombras
de um mar sem fim
azul suave...carregado
rodopio de ondas,
afastam e voltam assim
como se fossem um bailado.
Ondas abraçam a areia,
serenamente murmuram sons
a dança deslumbrante...
a música calma em mar vagueia...
notas silenciosas em tons,
formando uma pauta brilhante.
Fecho os olhos para sentir
plenamente este som,
que se afasta sem falar
e lentamente, sem pedir...
pauta feita ondulada em tom,
foge, perfeita, sem tocar
 
(Carla Martins)

 

 

Gostei muito deste texto.

 

Beijinho, Carla

 

 

Visitante 

 

Música: "Canção do Mar"
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Quarta-feira, 9 de Maio de 2007

Crónica de uma hora do almoço

DR

 

 

À hora do almoço, sem nada para fazer senão esperar pelo reinício do trabalho que estou a executar num armazém livreiro junto à Cruz Quebrada, fui até à praia ali perto e sentei-me nos rochedos, pronto para apanhar um pouco de sol na minha cabeça já muito (muito mesmo!) rala de cabelo.

 

Vocês decerto já por mais de uma vez  se sentaram junto ao mar, simplesmente a olhar... apenas por olhar... e suponho que devem concordar comigo quão repousantes são esses momentos. Afinal, dão para tudo: para contemplação, para recordações, para sorrirmos e chorarmos por elas... enfim, acho que vocês percebem o que quero dizer.

 

Pois ali estava eu, sentado nos rochedos, a olhar para o mar, "queimando tempo"... e a careca também....

 

Espraiei os olhos pelo enxame de pequenas embarcações de pesca artesanal que se espalhavam por toda a extensão de água entre a orla e o Farol do Bugio.

  

(Eu gosto de assistir à faina destes pequenos barcos. São umas "pulgas" comparativamente às traineiras, que por sua vez são umas "cascas de noz" quando confrontadas com os navios pesqueiros pesados. Quem labora nesses pequenos barcos são em regra geral pessoas que, com seu parco pescado, asseguram apenas o seu sustento e das suas famílias... e pouco mais...)

 

Diverti-me a assistir à passagem de um cargueiro porta-contentores, que aproava a barra e levantou tal ondulação que provocou um balancear aflitivo daquelas "coisinhas"... vi inclusive

uma delas subir quase na vertical!!!...

 

Estava eu a levantar-me quando olhei a jusante... e vi uma traineira regressando lentamente do mar, dando o seu estibordo ao Bugio.

 

Sentei-me de novo e acompanhei a traineira com o olhar enquanto ela sulcava as águas para montante.

 

Imaginei-me na pele de um mestre barbudo, com a mão firme no leme...

 

Sacudi a cabeça e sorri... que disparate!

 

Levantei-me preparei-me para regressar ao trabalho... quando olhei de novo para a traineira...

 

Faltava algo...

 

Faltava uma das imagens que eu guardo na memória sobre este tipo de barcos...

 

Faltava o vôo das gaivotas pairando sobre a traineira, aguardando o momento em que poderiam descer sobre ela em voo picado e deitar o bico a uns suculentos e frescos peixinhos (acredito que com a cumplicidade da tripulação...).

 

Calculei que a  traineira estivesse  vazia... Ou, se viesse com pescado, o mesmo deveria estar fechado, precisamente para não atrair quaisquer aves marinhas.

 

Virei costas à cena e meti pernas ao caminho, de regresso ao armazém.

 

 

Visitante

Cruz Quebrada, 9 MAI 2007

Sinto-me:
Música: "Pescador da Barca Bela" (Teresa Silva Carvalho)
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Terça-feira, 17 de Abril de 2007

Horizonte (Trilogia)

 

H.M.

  

HORIZONTE

 
Passando o portaló do barco
Sinto subitamente o balançar
Deixei de ter firmeza sob os meus pés
Enquanto o vento     subitamente polar
Sopra na minha cara sem descanso 
Devagar percorro o convés
 
Solto as amarras do cais
Giro a chave e ligo a ignição
Deste barco ora Paquete de Luxo
Ora modesto arrastão.
 
Faço-me ao largo
Traço o rumo que me afasta da costa
Direito à linha do horizonte
Ao desconhecido
Na boca o gosto amargo
De uma paixão sem resposta
De uma água sem fonte
De um pão endurecido
 
Seguro o leme nas mãos
Tomo o rumo do sol poente
Numa lenta perseguição
A um sonho diferente

 

 


 

  

D.R

 

 

HORIZONTE 2
 
 
Seguro o leme nas mãos
Tomo o rumo do sol poente
Numa lenta perseguição
A um sonho diferente
 
De repente a tempestade
Surge
O vento de norte
Ruge
A chuva desaba sobre mim
As ondas movem-se alterosas
O barco trepa-as
Com hélices poderosas
Desce às cavas
Com velocidade vertiginosa
 
Procuro manter o rumo
Mas agora não consigo
A bússula perdeu o seu aprumo
Sofro do mar
o castigo
Até parar...
 
Eis a bonança, enfim...
Retomo o meu curso
Rumo ao sol poente
Nesta lenta perseguição
A um sonho diferente
A um fim?...

 

 


 

 

"Naufrágio"-Turner

 

 
HORIZONTE 3 (Epílogo... ou talvez não)
 
 
Retomo o meu curso
Rumo ao sol poente
Nesta lenta perseguição
A um sonho diferente
 
Avisto uma gaivota
Esvoaçando no ar quente
É Sinal que a minha rota
Me trouxe à terra que vejo à frente
Enquanto ela se esconde
Sob os raios do sol poente
 
Céu limpo...
 
Tempo seco...
 
Anoitecendo...
 
Adormecendo...
 
Acordo...
À proa, a bombordo e a estibordo
A espuma branca das vagas
Dá-me um aviso sonante
"Afasta-te!!! Volta para trás!!!"
Mas eu não quero saber
Rogo duas ou três pragas
Mantenho-me de pé,
A toda a força avante!
Do meu barco sou capataz
Recuso a marcha-a-ré!
 
Galgo os recifes traiçoeiros
O casco a romper
Dois rombos certeiros
O barco a morrer
 
Repousa lá no fundo, meu barco
Ou o que resta dele
De ti fica um destroço parco
Com o qual salvarei a minha pele
Para que possa retomar o meu curso
Rumo ao sol poente
Nesta lenta perseguição
A um sonho diferente

DR

H.M.

 

 

Visitante

Música: "Shipwrecked" (Genesis)
Sinto-me:
Publicado por Visitante às 08:23
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Quinta-feira, 22 de Março de 2007

MARÉ VIVA

H.M.

Praia de Miramar, rebentação

 

O mar arremete contra o rochedo

Levantando uma cortina de espuma

Que o vento ali arruma

Levando para longe o meu medo

Mar bravo

Sortilégio

De som cavo

Régio

Que me dá força

Para que a vontade não torça

E eu enfrente um futuro

Menos escuro

Com o azul do céu

Limpo e brilhante

E caminhe num trilho meu

Sempre avante

Como um simples

Visitante

H.M.

Lisboa, Tio Tejo visto do zimbório de Santa Engrácia

 

 

 

Música: "Canção do Mar"
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Publicado por Visitante às 01:17
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Domingo, 11 de Março de 2007

VELHO MOINHO

Foto H.M. -

Praia do Salgado, Serra dos Mangues (Nazaré), MAR 2007

 
 
Velho Moinho
Hoje desactivado
Ergues a tua torre para o céu
Em busca do vento
Que te assola
E move velas imaginárias
Que já não tens
 
Velho Moinho
Hoje desactivado
Manténs a pedra-mó
- pedra-pó -
Que tanta espiga esmagou
E tanta boca alimentou
 
Velho Moinho
Desactivado
Do alto dessa serra
Contemplas o mar
E desfias memórias
De barcos vogando
E contrabandistas
 
Velho Moinho
Desactivado
Mesmo transformado
Ainda és guardião e memória
De amores clandestinos
Celebrados ao luar
 
 
 
Visitante

 

 

 

Música: "Come What May" (Nicole Kidman & Ewan McGregor)
Sinto-me: hmmmmm....