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Quarta-feira, 7 de Março de 2007

Relato quase desportivo

Foto H.M.

Rio Tejo visto da Quinta do Mira-Tejo

 

Depois de enfrentar algum do trânsito de Lisboa, com algumas "fintas" de permeio, próprias de quem conhece a Cidade de uma ponta à outra, eis-me chegado ao local que passei a eleger para os meus "crosses" diários.

 

Desde que a Refer e as autoridades portuárias tiveram a feliz ideia de instalar um calçadão na Gibalta, entre a estação de caminho de ferro da Cruz Quebrada e a Marginal, perto do Restaurante Mónaco em Caxias, as pessoas passaram a ter mais um local de lazer, onde, pelo menos, podem "estender as pernas".

 

Arrumado o carro, olho instintivamente para o céu, avaliando as condições actuais e próximo-futuras do tempo. O lusco-fusco pintou já um daqueles quadros que só a Mãe Natureza consegue e nem o talento conjunto de Van Gogh, Monet, Matisse, Munch, Picasso, Malhoa e outros consegue reproduzir.

 

(Xiii... deu-me para tentar ser poeta...)

 

Começo o meu aquecimento preparando-me para fazer uma corridinha de 1,5 km sem parar.

 

(Para quem, há ano e meio, estava com mais 20 kgs em cima dos ossos e não mexia uma perninha sem pedir licença aos pulmões, até que nem está mal... Além disso, já moram cá 50 aninhos, não é brinquedo...)

 

Durante essa corridinha, sou ultrapassado por ciclistas, jovens corredores de sangue na guelra (deve ser por causa de estarem junto ao mar, não sei...), e ocasionamente sobressaltado pelo trepidar furioso de um ou outro comboio que circula precisamente ao lado do calçadão.

 

Vem-me à memória os meus tempos de catraio, quando ia para a praia de comboio... Eu gostava especialmente daquele pedaço, onde o comboio circulava mesmo junto à água - o calçadão foi construído há relativamente pouco tempo -, e onde, como resultado da ilusão de óptica provocada pela inclinação nas curvas, a orla marítima parecia inclinar-se para a frente e para trás. Coisas de miúdo...

 

Chego ao final do calçadão com os pulmões a pedirem aflitivamente um sopro de ar.

 

Páro um pouco, distendo os tendões e aproveito para fazer uma... "escala técnica"... em local recôndito q.b.

 

Observo o tráfego da Marginal. São 19:00. Meu Deus, que vida tem aquela gente?...

 

Preparo o regresso ao ponto de partida. São mais 1.500 metros a correr... com calminha...

 

Vou olhando as luzes que se acendem já no promontório do Porto Brandão, bem como na Trafaria e em S. João da Caparica. Olho aquele ponto da Quinta do Mira-Tejo, de onde tive o privilégio de ver uma das mais belas paisagens nocturnas de Lisboa de que tenho memória. 

 

Vejo ao longe a sombra daquele mamarracho que construiram junto a Algés... que diabo, porque não deixam a zona ribeirinha sossegada? Porra, porque teimam em querer construir M*******das daquelas?!?!? 

 

Chego ao meu carro e tiro de lá os halteres. Agora vamos "trabalhar" os bracinhos.

 

Iço os halteres nos mais diversos exercícios enquanto o meu olhar vai pairando entre a Cova do Vapor, fazendo lembrar uma pequena ilhota de luzes pardacentas, o Farol do Bugio com o seu verde piscar, e o Forte de S. Julião da Barra, com ocasional desvio para o céu já escuro...

 

Termino com uma sessão de flexões abdominais já em esforço, banhado em suor.

 

Retorno ao carro e conduzo maquinalmente em direcção a casa, totalmente alheio a tudo.

 

É o fim de mais um dia.

 

Amanhã será... bom, como escrevi noutro local, "será o dia a partir do qual terei de procurar certezas", "será o dia em que alguém irá orientar-me para saber mais sobre mim", "será o dia em me serão prescritos alguns caminhos que terei de percorrer antes de saber algo mais"... 

 

..."E sempre com o pensamento na ténue linha que divide a vida e a morte"...

 

Boa noite aos/às outros/as Visitantes 

 

 

Visitante

 

 

Música: "Parisienne Walkways" (Gary Moore)
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