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Quinta-feira, 30 de Abril de 2009

Uma exposição...

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Espiral

 

 

Bom dia, Visitantes

 

 

 "MINHA LÃ, MEU AMOR"

 

 

Este é, sem qualquer dúvida, um dos mais marcantes "slogans" publicitários dos últimos anos.

 

Por outro lado - e isso é ainda hoje uma prática comum -, na altura deu-se relevo à agência publicitária que divulgou a campanha. Mas o autor, esse, ficou "escondido"...

 

Pois bem, o autor daquela frase deixou-nos muito mais coisas escritas...

 

Nasceu em 1936 e faleceu em 1984.

 

Numa pose arrebatada e "punho fechado contra o medo", eis aqui a sua imagem. Conhecem-no?

 

DR

 

 

OK, hoje é o dia de puxar um pouco a brasa à minha sardinha.

 

Como é do conhecimento geral, eu trabalho na Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), exercendo  funções no Departamento de Fiscalização.

 

Ora, a SPA promove, na "Sala Carlos Paredes" a exposição “Ary dos Santos - A força da poesia”, a propósito do 25º aniversário da sua morte.

 

Com a devida vénia, transcrevo a seguir a notícia sobre esta exposição, deixando o convite para que dêem um pulinho à sede da SPA e vejam alguns retratos do que foi a vida de um dos maiores poetas portugueses do Século XX (se vierem, digam-me alguma coisa. Terei todo o prazer em vos receber. Apenas vos peço um favor: não tragam tomates nem ovos podres para me atirarem, ok?).

 

Mostrar o poeta, o homem, o publicitário e o político é o objecto da exposição "Ary dos Santos - A força da poesia", a inaugurar dia 23 na galeria da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), em Lisboa. A mostra está patente ao público até 18 de Maio, mas será reposta nos meses de Julho e Agosto.

 

"Mais do que mostrar o autor de canções inesquecíveis às quais o seu nome ficará para sempre ligado - e sem menosprezar este lado muito importante da poesia de Ary -, a exposição tem uma forte componente biográfica e uma dimensão mais abrangente, já que se pretende dar a conhecer o poeta, a forma como esteve na vida, na publicidade, na política, no seio da família e dos amigos", disse à o administrador-delegado da SPA, José Jorge Letria.

Cerca de 30 painéis com diversos materiais, incluindo fotografias, documentos, objectos pessoais de Ary dos Santos ou relacionados com a sua vida, poemas, letras de canções ou textos que escreveu para revista integram a exposição.

Uma mostra baseada na fotobiografia de Ary dos Santos de Alberto Bemfeita - colega do poeta na agência de publicidade Espiral e seu amigo pessoal - dada à estampa, em 2003, pela Caminho, e que é coordenada pelo artista plástico e cenógrafo Fernando Filipe.

O espólio do poeta - que foi cooperador da SPA - patente na exposição foi cedido pelo Partido Comunista Português (PCP), do qual Ary dos Santos foi militante e ao qual o deixou em testamento.

A mostra assinala o 25º aniversário da morte de Ary dos Santos, em Lisboa, a 18 de Janeiro de 1984, com 47 anos.

Homem da transgressão

"Ary dos Santos foi um homem do excesso e da transgressão", observou José Jorge Letria, para quem Ary foi "um poeta que esteve presente nas canções, na publicidade, na política, que escrevia para revista, mas acima de tudo um grande poeta que usou as palavras de modo único e inimitável".

Foi - qualificou - "um homem que teve sempre uma atitude desmedida, de coragem, força, generosidade e solidariedade cuja obra poética é muitas vezes abafada pelas letras de canções que escreveu".

São também objectivos da exposição dar a conhecer um Ary dos Santos que "nem sequer precisava da canção para ser lido e escutado, contribuindo para que seja mais estudado nas faculdades" e libertando-o de dois preconceitos que recaíram sobre a sua obra.
 
Um desses peconceitos é o de ter sido militante comunista e o segundo ter escrito para canções e para política, o que era considerado menor para a poesia.

Paralelamente à exposição, que nas palavras de José Jorge Letria "é a maior feita até hoje sobre o autor de 'As portas que Abril abriu'", a SPA conta ainda realizar um recital de poesia , para o qual vai convidar José Fanha e Joaquim Pessoa, e um colóquio sobre a vida e obra de Ary.

Lusa

 

 

Termino, citando aqui um dos seus mais belos poemas, musicado por Alain Oulman e cantado por Amália Rodrigues:

 

Meu amor meu amor

meu corpo em movimento

minha voz à procura

do seu próprio lamento.

Meu limão de amargura

meu punhal a escrever

nós parámos o tempo

não sabemos morrer

e nascemos nascemos

do nosso entristecer.

 

 

Meu amor meu amor

meu nó e sofrimento

minha mó de ternura

minha nau de tormento

este mar não tem cura

este céu não tem ar

nós parámos o vento

não sabemos nadar

e morremos morremos

devagar devagar.

 

Tenham uma óptima quinta feira.

 

 

Visitante

Música: "Estrela da Tarde" (Carlos do Carmo)
Sinto-me:
Sábado, 6 de Dezembro de 2008

Gala do Autor

HM

 

 

 

Boa tarde, Visitantes

 

 

Aproveitando um pequeno interregno nos meus afazeres, venho aqui deixar-vos uma pequena série de fotos que tirei durante a Gala do Autor SPA / MILLENIUM BCP realizada no passado dia 3 de Dezembro no Teatro S. Carlos.

 

Não é segredo para quem me lê que eu trabalho na SPA, para onde entrei em 1970 com treze anos de idade (oh p'ra mim!, coitadinho!, "pobre vítima do trabalho infantil"!)

 

A SPA foi - e continua a ser - a "minha" segunda casa. Lá me fiz homem.

 

Na execução de um objectivo tantas vezes incompreendido, a SPA, ao longo de 83 anos de vida, tem superado inúmeros obstáculos, sempre na defesa daquele que é o Agente Primário e Principal da Cultura (e sem o qual esta pura e simplesmente não existiria): o AUTOR.

 

Foi, pois, para o Autor que a Gala foi criada, sendo este o terceiro ano consecutivo.

 

Mas vamos às fotos (não liguem à fraca qualidade da imagem, mas com um telemóvel não se pode fazer muito mais... RSSS).

 

 

Trio TGB, composto por Mário Delgado (Guitarra), Alexandre Frazão (bateria e melódica) e Sérgio Carolino (tuba). Um grupo curioso e que eu irei seguir mais de perto...

 

Katia Guerreiro - Com vozes assim, o Fado não desaparecerá.

 

Ana Ester Neves e João Paulo Santos - Canções de Fernando Lopes-Graça para poemas de Fernando Pessoa 

 

Beatriz Batarda e João Lourenço - poemas de Jorge de Sena e Ruy Belo

 

Manuel Freire, com Pedro Osório no piano e João Maló na guitarra - um poema em francês de Vitorino Nemésio.

 

José Jorge Letria a solo...

 

... e com Júlio Isidro.

 

Para acabar, um excerto do bailado "Inferno", por Olga Roriz e a sua companhia de dança

 

... e um "autor de coisa nenhuma" que apareceu por aquelas bandas a ver se se misturava...

Fotos HM

 

 

Tenham um bom fim de semana

 

 

Visitante

Sinto-me:
Música: "Criação" (Paulo Brissos)